O Exorcista (no
original, The Exorcist) é um filme norte-americano de 1973 do
gênero terror sobrenatural dirigido por William Friedkin e
escrito por William Peter Blatty, baseado no livro homônimo de sua
autoria.
O filme aborda a possessão
demoníaca de uma garota de 12 anos. O livro de Blatty teve
inspiração no exorcismo de um garoto de 14 anos de idade, documentado em
1949.
O filme tornou-se um
dos mais lucrativos filmes de terror de todos os tempos, arrecadando o
equivalente a U$ 441.306.145,00 em todo o mundo, sendo lançado pela Warner
Bros Pictures no dia 26 de dezembro de 1973 nos Estados Unidos.
Sinopse
Num sitio arqueológico em Hatra,
próximo a Nínive, no Iraque, o arqueólogo e padre Lankester
Merrin (Max Von Sydow) visita uma escavação onde foi encontrada uma pequena
escultura de pedra de uma criatura bestial e horrível. Merrin depois
encontra uma estranha estátua de Pazuzu, que tem uma cabeça similar
àquela anteriormente encontrada.
Enquanto isso, Damien Karras
(Jason Miller), um jovem padre da Universidade de Georgetown,
começa a duvidar de sua fé ao lidar com a doença terminal de sua mãe.
Chris MacNeil
(Ellen Burstyn), uma atriz que está filmando em Georgetown, percebe
dramáticas e perigosas mudanças de comportamento em sua filha de 12 anos, Regan
MacNeil (Linda Blair).
A menina tem uma convulsão e
demonstra poderes sobrenaturais como levitação e grande força. Regan fala
palavrões e blasfêmias com uma voz demoníaca feminina.
Inicialmente, Chris pensa
que as mudanças de Regan estão relacionadas à sua entrada na
puberdade, mas os médicos suspeitam de uma lesão em seu cérebro.
Regan é submetida a
uma série de exames médicos desagradáveis que não acusam nada de anormal, e o
médico recomenda Regan a um psiquiatra, a quem Regan ataca
violentamente.
Ocorrências paranormais continuam a
ocorrer, incluindo a cama sacudindo, barulhos estranhos e movimentos
inexplicáveis.
Esgotados os recursos científicos, um
dos médicos recomenda um exorcismo, sugerindo que os sintomas de Regan são
resultado de uma possessão demoníaca, devendo ser resolvida por um padre.
Em desespero, Chris consulta
o padre Karras, uma vez que ele, além de padre, é psiquiatra.
Durante o período em que este observa Regan, ela constantemente
refere-se a si própria como o demônio.
Karras inicialmente
acredita que a menina sofre de psicose, até que ele lembra dela falando em um
idioma estranho, que é de fato inglês de trás para frente.
Apesar de suas dúvidas, ele decide
pedir permissão à Igreja para conduzir um exorcismo. O Tenente William também
tem as suspeitas voltadas para um possível crime, passando assim a vigiar a
casa.
Na primeira, ele fica apenas dentro
do carro e quando olha para a janela do quarto de Regan vê a
sombra desta.
O padre Merrin, um
exorcista experiente, é chamado a Washington às pressas para
ajudar. Merrin e Karras tentam espantar o
espírito maligno de Regan. O demônio ameaça e agride ambos os
padres, verbal e fisicamente, inclusive usando a voz da mãe de Karras para
chateá-lo.
O Tenente William toca
à campainha da casa para questionar a Chris o que se passa e
pede-lhe para entrar. Quando Karras entra no quarto de Regan vê Merrin tendo
um infarto. Karras tenta socorrer Merrin, mas ele
morre.
A menina ri-se. Karras enerva-se
e fica farto daquilo tudo e então agarra o pescoço da menina e desafia o
demônio a deixar Regan e entrar nele. O demônio o faz, e Karras comete
suicídio se jogando pela janela.
O Tenente e Chris entram no quarto e
vêm Regan no chão a gemer pela sua mãe. Lá embaixo, devastado,
o padre Dyver (William O’Malley) administra a extrema
unção a Karras.
Regan, sem a presença do
demônio, tem sua saúde recuperada e não se lembra de nada que aconteceu, e vai
embora de Georgetown com sua mãe. O padre Dyver olha
de novo para as escadas, recordando o acontecimento.
O Tenente chega em casa para ver como
a família está, mas chega tarde demais. O padre Dyver diz que
ficou tudo bem. No final, o Tenente convida o padre a ir ver um filme com ele.
Ele os dois fazem companhia um ao outro e o filme termina com eles a atravessarem
a estrada.
Elenco
Ellen Burstyn como Chris
MacNeil
Jason Miller como
Padre Damien Karras
Max Von Sydow como
Padre Lankester Merrin
Linda Blair como Regan
MacNeil
Eileen Dietz como
o rosto associado ao demônio, visto apenas em vislumbres e cortes rápidos.
Mercedes McCambridge providenciou
a voz do demônio, Pazuzu.
Lee J. Cobb como
Tenente William Kinderman
William O’Malley como
Padre Joseph Dyer
Kitty Winn como Sharon
Spencer
Jack MacGowran como
Burke Dennings
Barton Heyman como Dr. Klein
Peter Masterson como Barringer
Rudolf Schündler como Karl
Gina Petrushka como Willi
Robert Symonds como Dr.
Taney
Thomas Birmingham como Reitor da Universidade.
Produção do Filme
Os aspectos do livro
foram inspirados por um exorcismo realizado em uma jovem de Cottage
City, Maryland, em 1949 pelo padre jesuíta, Pe. William S. Bowdern,
que anteriormente tinha ensinado em ambas as Universidade de St. Louis
e St. Louis University High School.
A família católica
da Hunkeler estava convencida de que o comportamento
agressivo da criança era atribuível a possessão demoníaca, e chamou os serviços
do Padre Walter Halloran para realizar
o ritual de exorcismo.
Embora Friedkin admita
que é muito relutante em falar sobre os aspectos fatuais do filme, ele fez o
filme com a intenção de imortalizar os acontecimentos que tiveram lugar
no Cottage City, Maryland em 1949, e apesar das mudanças
relativamente pequenas que foram feitas, a película descreve tudo o que pode
ser verificado por aqueles que estão envolvidos. Foi um dos três exorcismos
sancionados pela Igreja Católica nos Estados Unidos naquela
época.
A fim de fazer o filme, foi permitido
para Friedkin o acesso aos diários dos padres envolvidos, bem
como os médicos e enfermeiros; Ele também discutiu os eventos com a tia do
menino em grandes detalhes. Friedkin não acredita que a
"cabeça rodando" realmente tenha ocorrido, mas isso foi
contestado. Friedkin não é cristão de qualquer denominação.
Embora inspirado em fatos reais, o
livro de ficção de William Peter Blatty mudou vários detalhes,
como transformar o sexo da vítima supostamente possuída de menino em uma
menina, bem como alterar a idade da suposta vítima.
Uma análise posterior por céticos
paranormais do caso original de 'Roland Doe' (ou 'Robbie
Mannheim') acreditam que era provável que o caso fosse um adolescente
doente mental atuando.
Os eventos reais que possam ter
ocorrido (como palavras sendo esculpidas na pele) poderiam ser simplesmente
falsas, embora o caso tenha atraído uma grande quantidade de notoriedade.
Edição de som
Para produzir o
grunhido do demônio no filme, foram captados sons de porcos e vacas sendo
levados para o abate em uma fazenda. A ligação entre porcos e demônios
também foram relatadas pelos investigadores paranormais Ed e Lorraine
Warren no mesmo local onde ocorreu o caso de Amityville.
A filha da
família Lutz dizia brincar com um amigo imaginário que ela
descreveu como um porco de olhos vermelhos chamado Jodie, que
poderia transformar não só a forma, mas o tamanho, por vezes sendo maior do que
a casa.
O uso de porcos
também foi relatado nos evangelhos, em Jesus exorcizando o geraseno.
No qual uma legião (conjunto) de demônios é transferida para 2 mil porcos.
Imagens
Subliminares alegada
O Exorcista esteve também
no centro da controvérsia devido ao seu alegado uso de imagens
subliminares. Wilson Bryan Key escreveu um capítulo inteiro
sobre o filme em seu livro de mídia Sexploitation alegando
múltiplos usos de imagens subliminares e semi-subliminares e
efeitos sonoros.
Key observou o
uso da face Pazuzu (em que Key erroneamente
assumiu que era Jason Miller que em uma composição de máscara
de morte) e afirmou que os suportes verticais dos cantos da cama estavam em
forma de sombras fálicas na parede e que a cara de um crânio é sobreposta
em uma nuvem da respiração do padre Merrin. Key também
escreveu muito sobre o design de som, identificando o uso de
guinchos de suínos, por exemplo, e elaborando sobre sua opinião sobre a
intenção subliminar de tudo.
Um artigo detalhado na edição de
vídeo Watchdog de julho/agosto de 1991 analisou o fenômeno,
fornecendo ainda molda a identificação de vários usos de subliminares que
"piscam" ao longo do filme.
Em uma entrevista da mesma
edição, Friedkin explicou, "eu vi cortes subliminares em
uma série de filmes antes de eu colocá-los em The Exorcist, e eu
pensei que era um dispositivo de contar histórias muito eficazes... A edição
subliminar em The Exorcist foi feita para criar o efeito
dramático, alcançar e sustentar uma espécie de estado de sonho".
No entanto, estes flashes
assustadores rápidos foram rotulados com "(não) realmente
subliminares"[ e "quase" ou
"semi-subliminare". Uma imagem subliminar verdadeira deve ser, por
definição, abaixo do limiar de consciência.
Em uma entrevista em um livro de 1999
sobre o filme, o autor de The Exorcist Blatty abordou a
controvérsia, explicando que, "Não há imagens subliminares. Se você pode
vê-las, não é subliminar.
Acontecimentos
estranhos na vida real
O filme também não passou apenas por
críticas e acusações. E apesar de ter sido um sucesso estrondoso, os atores, os
compositores e os técnicos envolvidos na produção relataram acontecimentos
estranhos na vida real, durante e após as filmagens. A primeira foi com o
ator Max von Sydow, que era o padre Merrin, que durante
as filmagens descobriu que o seu irmão morreu.
A seguinte foi quando uma esposa
grávida de um assistente de câmera perdeu o bebê. Durante as gravações, o
conjunto de filmagens pegou fogo de forma misteriosa. E curiosamente, apenas o quarto
da personagem da Linda Blair (Regan) não foi atingido.
Outra foi a morte do ator Jack
MacGowran, que interpretou o padre Dennings. Na vida real,
uma semana depois após o lançamento do filme, o ator faleceu devido a uma
gripe.
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