Morre Aracy Balabanian - Atriz - Aracy
Balabanian nasceu em Campo Grande, Mato Grosso do Sul no dia 22 de fevereiro de
1940. Foi uma atriz de muito sucesso na televisão, cinema e teatro brasileira.
Estreou
na televisão em 1964 na Record TV em Marcados pelo Amor e, na
sequência, se transferiu para a TV Tupi, onde foi alçada ao posto de
protagonista das principais obras da emissora, como Antônio Maria, Nini, o
Italianinho e A Fábrica.
Em 1972
chegou na Rede Globo, se destacando em novelas como Rainha da Sucata, A Próxima
Vítima, Da Cor do Pecado, Passione, Cheia de Charme e no sitcom
Sai de Baixo. Em uma breve passagem pela Rede Manchete, foi protagonista
de Mania de Querer.
Cinco
vezes indicada ao Troféu Imprensa, Balabanian ganhou um em 1995, além de um
Prêmio APCA e um Melhores do Ano, por seu papel antagônico em A
Próxima Vítima.
Juventude
Seus
pais vieram da Armênia para o Brasil, fugindo do genocídio promovido naquele
país pelos turcos otomanos. Eles fixaram residência em Campo Grande, capital
do atual estado de Mato Grosso do Sul onde Aracy e os irmãos nasceram.
Seu pai
se chamava Rafael Balabanian e era comerciante e sua mãe era chamada Estér
Balabanian, uma dona-de-casa.
Aos
quinze anos mudou-se para São Paulo com os sete irmãos e ajudava os pais na
criação dos irmãos menores.
Fez e
passou no vestibular para Ciências Sociais e para a Escola de Arte Dramática,
vindo a abandonar os estudos de sociologia, de outro vestibular que ela fez e
tinha passado, para se dedicar ao teatro, sua verdadeira paixão.
Diz que
viveu numa época que era considerado feio uma mulher fazer teatro, já que
antigamente as mulheres tinham preferência a serem donas-de-casa e cuidarem dos
assuntos domésticos.
Vida Pessoal
A sua
estreia em televisão foi na peça Antígona, de Sófocles, montada pela TV
Tupi. Contrário à carreira da atriz, o pai de Aracy só aceitou a opção
profissional da filha em 1968, quando contracenou com Sérgio Cardoso na
telenovela Antônio Maria.
Se
tornou uma das maiores intérpretes do meio e criou personagens inesquecíveis
como a idealista Violeta de O Casarão (1976), de Lauro César Muniz, a
sofrida Maria Faz-Favor de Coração Alado (1980/81), de Janete Clair, a
ardilosa Marta de Ti Ti Ti (1985/86) e a misteriosa Maria Fromet de Que Rei Sou Eu? (1989),
ambas de Cassiano Gabus Mendes.
A
excêntrica Dona Armênia das novelas Rainha da Sucata (1990) e Deus nos
acuda (1992/93), ambas de Silvio de Abreu e aquela que talvez seja a
sua mais marcante, a perversa e autoritária matriarca Filomena Ferreto de A Próxima
Vítima (1995), também de Sílvio de Abreu.
Interpretou,
em 2004, a personagem Germana em Da Cor do Pecado, um dos personagens centrais
da trama. Outro papel marcante é a Gemma Matoli, irmã do protagonista
interpretado por Tony Ramos na novela Passione (2010/11).
Em
2013, fez no remake de Saramandaia Dona Pupu, uma idosa mãe de um
lobisomem interpretada no original por Elza Gomes. Nos anos 80 atuou
no videoclipe O Lindo Lago do Amor do cantor Gonzaguinha ao lado de
Fernanda Rodrigues.
Atuou
poucas vezes no cinema e no teatro, pode-se ressaltar seus desempenhos em peças
dirigidas por Ademar Guerra, como Hair, de 1968 e interpretando Clarice
Lispector em Clarice Coração Selvagem, encenada em 1998.
Sua
personagem mais conhecida pelo grande público no teatro foi a socialite
decadente Cassandra, no humorístico Sai de Baixo, gravado ao vivo do Teatro
Procópio Ferreira de 1996 a 2002 para a Rede Globo de Televisão.
Aracy
declarou que no começo do programa, havia pedido para sair vendo que após
extenso currículo de tragédias, não funcionava nesse papel cômico, acima de
tudo por não segurar o riso diante dos colegas.
O
diretor Daniel Filho então pediu para ela rir sempre que quisesse. O riso
da Atriz em cena se tornou marca registrada, com Miguel Falabella chegando
a dizer que ‘Se o público não entendeu a piada, a Aracy fecha’.
Vida Pessoal
A atriz
manteve relacionamentos amorosos com homens anônimos e famosos, mas optou em
não se casar e não ter filhos, para dedicar-se totalmente a sua carreira. Em
entrevistas revelou ter feito dois abortos em uma clínica clandestina.
Revelou
que interrompeu sua primeira gravidez porque estava no início de sua carreira e
havia sido abandonada grávida por seu primeiro namorado, e a segunda
interrupção ocorreu porque sofria violência doméstica de seu namorado, que
queria proibi-la de trabalhar.
Morte
Aracy
morreu em 7 de agosto de 2023, aos 83 anos. Ela estava internada no Centro de
Terapia Intensiva de um hospital da Zona Sul do Rio de Janeiro (RJ) para o
tratamento de um câncer no pulmão.
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